quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Salvador ou juiz?

Leitura: Marcos 6:1-4

O capítulo 6 de Marcos começa com Jesus voltando à sua cidade, Nazaré“acompanhado dos seus discípulos. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga, e muitos dos que o ouviam ficavam admirados. ‘De onde lhe vêm estas coisas?’, perguntavam eles. ‘Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E estes milagres que ele faz? Não é este o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, José, Judas e Simão? Não estão aqui conosco as suas irmãs?’ E ficavam escandalizados por causa dele.” (Mc 6:1-3).

Eles não podem negar a sublimidade de suas palavras, mas sequer cogitam reconhecer que ele não é um homem comum. Para incrédulos, Jesus não passa de um carpinteiro, um artesão que cria obras de madeira. Para seus discípulos“todas as coisas foram feitas por intermédio dele; sem ele, nada do que existe teria sido feito” (Jo 1:3). Para a religião humana ele não passa do “filho de Maria”, mas para os que creem nele “o Filho de Deus veio e nos deu entendimento, para que conheçamos aquele que é o Verdadeiro. E nós estamos naquele que é o Verdadeiro, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida eterna.” (1 Jo 5:20).

Os indiferentes à obra que Jesus veio consumar só enxergam como seus irmãos “Tiago, José, Judas, Simão” e “as suas irmãs”. Ignoram os milhões que ele salvou e agora aguardam “a bendita esperança: a gloriosa manifestação de nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo. Ele se entregou por nós a fim de nos remir de toda a maldade e purificar para si mesmo um povo particularmente seu, dedicado à prática de boas obras... Pois aqueles que de antemão conheceu, [Deus] também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.” (Tt 2:13-14; Rm 8:29).


A atitude de seus concidadãos entristece Jesus, que diz: “Só em sua própria terra, entre seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não tem honra” (Mc 1:4). Curiosamente Nazaré, e sua população, eram reputados como desprezíveis pelos outros judeus. Tanto que quando Jesus chamava seus discípulos e Filipe se alegrava de que tinham encontrado“aquele sobre quem Moisés escreveu na Lei, e a respeito de quem os profetas também escreveram: Jesus de Nazaré, filho de José”, Natanael comentou:“Nazaré? Pode vir alguma coisa boa de lá?”(Jo 1:45-46). Não importa o nível em que o ser humano se encontre, ele sempre irá considerar Jesus um homem qualquer. E você, o que pensa de Jesus? Sua opinião sobre ele é o que determina se ele é seu Salvador ou será seu Juiz.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Caminhando na luz

Leitura: Lucas 12:2-7

O contraste entre o novo testemunho, que Jesus estabelece neste capítulo, e aquele em que estavam os fariseus é evidente. João assinala a entrada de Jesus em cena com estas palavras: “Nele estava a vida, e esta era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não a derrotaram... Estava chegando ao mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens. Aquele que é a Palavra estava no mundo, e o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam” (Jo 1:5-11). Por isso nada mais haveria escondido que não viesse a ser descoberto, ou oculto que não viesse a ser conhecido, e isto incluiria a verdade da Igreja revelada a Paulo.

Assim como a própria Luz, este testemunho resplandeceria sem impedimento até que fosse dada a revelação completa de Deus, que inclui “o mistério que esteve oculto durante épocas e gerações, mas que agora foi manifestado a seus santos” (Cl 1:26). Jesus encoraja seus discípulos: “O que vocês disseram nas trevas será ouvido à luz do dia, e o que vocês sussurraram aos ouvidos dentro de casa, será proclamado dos telhados” (Lc 12:2-3). Eles, que se esconderiam de medo quando Jesus fosse morto, reapareceriam depois de Pentecostes com uma ousadia que só poderia vir do Espírito Santo. Apesar de presos e proibidos de falar de Jesus, eles ousariam responder: “É preciso obedecer antes a Deus do que aos homens!” (At 5:29). E os próprios sacerdotes e fariseus do judaísmo seriam obrigados a reconhecer “que eles haviam estado com Jesus” (At 4:13).

Os que hoje creem em Cristo têm em si uma nova natureza vinda de Deus e vivem nesta atmosfera de luz que revela tudo o que neles é incompatível com a natureza divina. A Lei havia sido dada a Israel, mas o evangelho é proclamado a todas as nações. Os judeus sob a lei eram provados segundo a aparência externa de obediência aos mandamentos aos olhos dos homens, daí serem chamados de hipócritas por seu exterior não refletir o interior. Além disso, na lei muitas coisas eram toleradas por causa da dureza de seus corações. Mas tendo o véu sido rasgado e o acesso aberto à presença de Deus nada mais está oculto ou velado ao que crê. Preocupados com a aparência, os fariseus andavam no temor dos homens. O cristão anda na luz e no temor de Deus.

Jesus deixa claro aos seus, que chama de “amigos”, que eles não devem temer os homens. “Eu lhes digo, meus amigos: não tenham medo dos que matam o corpo e depois nada mais podem fazer”, e lhes tranquiliza: “Não se vendem cinco pardais por duas moedinhas? Contudo, nenhum deles é esquecido por Deus. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados”. A morte é o maior dano que alguém pode causar a um amigo de Jesus. Os incrédulos, sim, devem temer “aquele que, depois de matar o corpo, tem poder para lançar no inferno. Sim, eu lhes digo, esse vocês devem temer” (Lc 12:4-7).

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Dá morte para a vida eterna

Leitura: João 5:25

Se Jesus diz que aquele que ouve a Palavra de Deus e crê, tem a vida eterna, não entrará em julgamento, mas passou da morte para a vida, isso significa que essa pessoa deve estar morta. E está, caso contrário não faria sentido passar da morte para a vida. Ele fala da morte espiritual.

No versículo 25 ele diz que "vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que ouvirem viverão". Portanto esse tempo é agora, e aqui ele fala da condição espiritual de todo ser humano: morto em seus delitos e pecados, como Paulo explica muito bem no capítulo 2 da carta aos Efésios.

Quando Deus ordenou a Adão que não comesse do fruto de uma determinada árvore no Jardim do Éden, a questão não estava no fruto ou na árvore, mas em quem tinha dado a ordem. A desobediência levaria à morte, que é a separação da vida e de sua fonte, que é Deus. Como Adão e Eva comeram do fruto, a morte entrou na Criação. Eles e todos os seus descendentes morreram.

Num primeiro sentido essa morte foi a separação de Deus, e ocorreu imediatamente após eles desobedecerem. Depois viria a morte física, outra separação, desta vez do corpo com sua consequente degradação por lhe faltar vida. Todos os seres humanos nascem separados de Deus, em quem está a vida, e também sujeitos à morte física.

Você já parou para pensar que, para Adão, não fazia qualquer sentido dizer que ele morreria se comesse do fruto? A morte era desconhecida no Jardim do Éden e Adão nunca tinha visto uma criatura morta. Portanto, Deus não esperava que Adão obedecesse por medo da possibilidade de morrer. Deus esperava que Adão obedecesse por Deus ser quem ele é.

Do mesmo modo, não é pelo pavor do inferno que você deve crer em Jesus. Também não é pela perspectiva de ser abençoado e morar no céu que você deve crer nele. Ambos os motivos são egocêntricos. Se você crê para escapar da dor do inferno ou para obter o prazer do céu, está pensando em si mesmo e perdendo de vista que deve crer em Jesus por causa de quem ele é: Deus. 

Escapar do inferno e ganhar o céu são consequências da conversão, mas não devem ser o motivo dela. Seu motivo, ou o que move você nessa direção, deve ser o próprio Jesus. Se o seu motivo for evitar o sofrimento do inferno e conquistar as bênçãos do céu, Jesus acabará sendo apenas o seu meio, mas não o seu objetivo e fim. No fundo, você não estrá interessado em Jesus, mas em fugir do inferno e em receber vida eterna. 

O problema é que não há vida fora de Jesus,