terça-feira, 31 de março de 2015

ATRIBUTOS DE DEUS 1i

ATRIBUTOS DE DEUS

Parte 1 (i)

A unidade de Deus

Esse atributo é também chamado de simplicidade, obviamente não no sentido de facilidade de compreensão ou apreensão, mas significando que Deus é não complexo ou não é composto de partes. Sua essência é una e indivisível. Deus não é composto pela soma de todos os Seus atributos. Cada atributo de Deus corresponde à verdade em relação a toda a Sua essência. Os vários atributos através dos quais procuramos compreender algo sobre a Pessoa de Deus não podem ser entendidos separadamente.
Além dos atributos que dizem respeito especificamente a Deus, segundo Bavinck, os Seus atributos comunicáveis são muito numerosos e, se “quiséssemos tratar deles adequadamente nós teríamos que fazer uso de todos os nomes, imagens e comparações que as Sagradas Escrituras usam... A Escritura usa todo o mundo orgânico e inorgânico para fazer com que Deus seja real para nós, e compara-o com um leão, uma águia, um sol, um fogo, uma fonte, um escudo, e assim por diante”. Todavia, todas as comparações servem apenas para nos dar uma idéia do Ser uno e indivisível de Deus.
Como já vimos (Breve Catecismo de Westminster), Deus é Espírito infinito, eterno e imutável. Sendo Deus uno e indivisível, essas qualificações referem-se tanto ao Seu ser como a todas as Suas perfeições. Portanto, a justiça de Deus é infinita, eterna e imutável; o amor de Deus é infinito, eterno e imutável; a sabedoria de Deus é infinita, eterna e imutável; a santidade de Deus é infinita, eterna e imutável; e assim todas as Suas demais perfeições.
Sabemos, entretanto, que os atributos de Deus que compartilhamos em parte com Ele, tais como os mencionados acima, todos eles apresentam, em nós, dimensões e importância variáveis no tempo e conforme as circunstâncias.
Assim sendo, nenhum dos atributos de Deus é maior ou mais importante do que outro. É comum ouvirmos de pessoas que enfatizam mais um aspecto de Deus do que outro. Muitos dão extrema importância ao amor de Deus (I Jo 4.8), relegando a segundo plano Seus demais atributos. Tendo em vista a unidade de Deus, esse enfoque é completamente inadequado. Não podemos ressaltar o aspecto de Deus que mais nos agrada ou interessa, pois todas as Suas perfeições são igualmente infinitas, eternas e imutáveis.
“Portanto, não há atributo que se possa destacar como mais importante, e é o próprio Deus em todo o Seu ser que é de importância suprema, e é o próprio Deus em todo o Seu ser que devemos buscar conhecer e amar” (Grudem).
Não vamos abordar aqui a doutrina da Trindade, mas tenhamos em mente, também, que o verdadeiro Deus, conforme Ele Se revela na Sua Palavra, é um só em três Pessoas (Dt 6.4; Mt 28.19; Jo 20.28; At 5.4; Tt 2.13; Tg 2.19). Desde os primeiros séculos da nossa era, os cristãos “criam que o único Deus se revela em três pessoas distintas e coeternas” (Ferreira&Myatt). No Credo de Atanásio (293-373) há uma afirmação bastante clara a esse respeito: “Nós adoramos um Deus na Trindade, e a Trindade na Unidade, sem confundir as pessoas e sem dividir a substância”. Em geral mencionam-se o Islamismo, o Judaísmo e o Cristianismo como religiões monoteístas, muitas vezes sugerindo que as três adoram o mesmo Deus. Todavia, o conceito de Deus difere bastante entre elas.
 O Cristianismo é a única religião que adora o Deus único em três Pessoas! Como vimos, o Ser de Deus, único em três Pessoas, é absolutamente incompreensível para a mente humana.

“Algum dia, compreenderemos melhor a Deus, mas, mesmo então, não o compreenderemos totalmente” (Erickson).

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