segunda-feira, 30 de março de 2015

ATRIBUTOS DE DEUS 1d

ATRIBUTOS DE DEUS

Parte 1 (d)
Cognoscível mas não completamente compreensível


Em primeiro lugar é importante termos em mente que ninguém pode compreender completamente Deus e nenhuma criatura pode conhecer tudo a respeito do Criador. Deus é parcialmente cognoscível ou conhecível, mas não é compreensível (Rm 11.33; I Tm 6.16). Deus pensa pensamentos que nós não somos capazes de pensar, Ele pensa aquilo que não podemos compreender (Is 55.8,9). Não podemos, realmente, conhecer tudo sobre Deus porque só podemos ter uma idéia do desconhecido por meio de comparações com aquilo que conhecemos, e Deus não é comparável a nada que conhecemos. Por outro lado, a Bíblia diz que podemos e precisamos conhecer a Deus (Mt 11.27; Jo 17.3). A nossa criação à imagem e semelhança de Deus não nos permite saber como Deus é, mas apenas nos permite ter uma fraca idéia de algumas características humanas que se assemelham, de longe, a alguns aspectos do Seu Ser. Certamente, sendo infinito, Deus apresenta características que nós não conseguimos nem imaginar que possam existir. Todavia, podemos conhecer algo a respeito dEle por meio de características que Ele mesmo nos diz que compartilhamos, ainda que fracamente, com o Seu Ser e, também, por aspectos daquilo que Ele nos revela sobre Si mesmo. O simples conceito de que Deus é, em parte, cognoscível, mas não é compreensível, tem grandes implicações para a nossa atitude futura a respeito daquilo que estudamos a respeito dEle. Creio que praticamente todos os cristãos concordam em que Deus, embora cognoscível, não seja compreensível pela mente humana. Isso implica em que muitas das coisas que Ele nos revela sobre Si mesmo podem estar além da nossa compreensão. Todavia, é extremamente comum encontrarmos irmãos que têm dificuldade de aceitar certas revelações de Deus, como, por exemplo, a existência do Deus único em três Pessoas, a soberania absoluta de Deus e a responsabilidade do homem ou as naturezas divina e humana de Jesus. Parece que podemos ver que, separadamente, todas são verdades reveladas nas Escrituras, mas muitos têm dificuldade de aceitá-las como verdadeiras ao mesmo tempo. Quando alguém questiona esse tipo de revelação está, na verdade, dizendo, implicitamente, que Deus não é incompreensível, mas que nós deveríamos ser capazes de compreender tudo o que Ele nos revela. Muitos, sem o perceber, formam um conceito de Deus a partir de suas próprias observações e conclusões, deixando de lado aquilo que Deus diz a respeito de Si mesmo. Há os que, por não aceitarem que um Deus infinitamente bom e infinitamente poderoso pudesse permitir que houvesse tanta injustiça no mundo, chegam à conclusão de que Deus não é justo, ou não é bom, ou não é todo-poderoso ou, pior ainda, podem concluir que Deus não exista. Todas essas atitudes refletem a não crença na incompreensibilidade de Deus e na possibilidade de que Ele tenha pensamentos que não podemos ter (Is 55.8,9). Pelo que vimos acima, podemos compreender a importância do conceito que formamos a respeito de Deus como base para todo o estudo do restante da teologia. Daí ser indispensável o estudo cuidadoso daquilo que Deus revela a respeito de Si mesmo. Precisamos, todavia, estar atentos para não formarmos um conceito de Deus diferente daquilo que Ele mesmo nos revela. “Entre os pecados para os quais se inclina o coração humano, nenhum é mais odioso para Deus do que a idolatria; pois no fundo a idolatria difama o caráter divino. O coração idólatra entende Deus de maneira diferente do que Ele realmente é... A essência da idolatria está nas idéias indignas que temos a respeito de Deus... Os conceitos errados a respeito de Deus não são apenas as fontes das quais jorram as águas poluídas da idolatria – são, em si mesmos, idólatras... A mais pesada responsabilidade da Igreja em nossos dias está em purificar e elevar o seu conceito de Deus” (A.W.Tozer).

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